Crônica: Retalhos – costurando o passado

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Por: Sérgio Sant’Anna*

Senti um cheiro da comida preparada numa panela de barro, a nostalgia foi despertada.

Os galos começaram a cantar, os verdes campos povoaram a imensidão da sua imaginação, a família reunida aos domingos, crianças brincando e correndo pelo enorme quintal.

À noite juntavam-se à imagem de Nossa Senhora Aparecida e respondiam à Novena. Cantavam. Depois comiam. Bebiam. E assim dormiam pelos colchões esparramados pelos cômodos cobertos pelas telhas de barro, mas antes pediam a bênção aos avós, sinal de respeito e gratidão.

Já era hora das belezas imaginárias se desmancharem…

O som do trem apitando forte era sinal de chuva, e logo os raios encobriam os céus, os fortes pingos desciam, a mãe cobria o espelho com um pano e pedia para silenciarmos…

Do velho, mas cuidado quintal as mangas, bananas que eram distribuídas aos vizinhos. Uma alegria poder compartilhar…

A gataria ainda mia forte diante da noite vazia, os cães uivam numa competição, as ruas dormem ao chegar da noite…

Nas calçadas famílias se reúnem, algumas para se livrarem do calor intenso que se ocupa da cidade nestes tempos; outros, por costume…

Parece que foi ontem em Itabira, de Drummond, todavia é hoje em Taquaritinga…um passado que é eternizado e alimenta meu coração, misto de ontem e hoje que se confundem nessa produção…

*Sérgio Sant’Anna é Professor de Redação no Poliedro, Professor de Literatura no Colégio Adventista e Professor de Língua Portuguesa no Anglo.

**Os artigos publicados com assinatura não manifestam a opinião de O Defensor. A publicação corresponde ao propósito de estimular o debate dos problemas municipais, estaduais, nacionais e mundiais e de refletir as distintas tendências do pensamento contemporâneo.

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